Aquele que é um produto comummente utilizado na cozinha, um pouco por todo o mundo, e extremamente poluente, ganha agora uma nova vida ao ser transformado em detergente ou em combustível capaz de abastecer viaturas como os transportes públicos. E há já vários casos, demonstrados, dessa utilização em Portugal. O grupo Alves Bandeira e a Hardlevel, por exemplo, anunciada em julho, permite a recolha dos óleos alimentares usados (OAU) nos 160 postos de abastecimento da marca.
Óleos que, depois de recolhidos, serão pré-tratados para serem processados em biocombustível de baixas emissões de carbono, que será incorporado nos combustíveis fósseis de acordo com os mandatos e metas nacionais de incorporação em vigor. Na altura o administrador-executivo do Grupo Alves Bandeira, José Baptista, lembrou que apenas 40% do total de óleos alimentares usados são reciclados. O que significa que ainda há muito trabalho a fazer. Na consciencialização do consumidor para a reciclagem deste produto, mas, também, na implementação dos meios necessários para a sua recolha e tratamento.
Mas os valores começam, lentamente, a crescer. Há pouco mais de um mês foram divulgados os números de reciclagem dos óleos alimentares usados. E os dados recolhidos revelaram que Santarém, por exemplo, deixou de reciclar duas toneladas anuais destes resíduos para com a empresa com a qual tem uma parceria – a Hardlevel – para passar a reciclar 12 toneladas ao ano. Feitas as contas este ano o município cresceu 300% face a uma recolha de 2.000 quilos de óleos alimentares usados no ano de 2021. Sendo que ainda nem todo o trabalho já está feito: o município anunciou que pretende aumentar o número de pontos de recolha.
Isto, na prática, não só significa menos poluição para o planeta – sabias que apenas um litro de óleo alimentar usado polui cerca de um milhão de litros de água? – como a obtenção de combustíveis menos poluentes. Que tanto podem ser usados nos transportes públicos como até na aviação.
Aqui o óleo é transformado em biocombustível de aviação e o número de companhias comerciais (e aviões militares) que utilizam este combustível aumenta de dia para dia. Uma medida que cumpre a obrigatoriedade de incorporação deste biocombustível na aviação da União Europeia e ajuda a cumprir a meta que a IATA – Associação Internacional de Transportes Aéreos definiu para o setor até 2050: chegar à neutralidade carbónica em termos de emissões para a atmosfera.
Uma outra possibilidade é a transformação dos óleos alimentares usados em detergente biodegradável. O projeto de biotecnologia EcoX é um exemplo do que se pode fazer. Um projeto que, inclusive, foi galardoado, no mês passado, com o prémio Born from Knowledge (BfK) Awards, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito da 9ª Edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola. A tecnologia foi desenvolvida pela Ecoxperience, uma spin off da Universidade de Coimbra, e tem como mais-valia a formulação de diversos produtos de limpeza, nomeadamente detergentes, que para além de 100% biodegradáveis e vegan, assentam num modelo de negócio baseado na economia circular.
Segundo os mentores do projeto, o EcoX permite reduzir em 50% a extração de recursos naturais para produzir os mais diversos produtos de limpeza. Com a vantagem que os testes laboratoriais efetuados comprovam que o bio detergente pode ser feito com diferentes óleos como o vegetal, de amendoim, girassol, soja, de milho e azeite.
Não deites o óleo alimentar no ralo da pia ou na sanita. Se o fizeres estás a poluir algo extremamente valioso – as reservas de água. Armazena-o e entrega-o nos vários pontos de recolha existentes. Assim, ajudas o planeta de duas formas: não o poluis e ajudas a transformar algo extremamente poluente num novo produto – seja biocombustível ou detergente. O certo é que, com isso, todos ganham.
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