Microsoft Disrupt – Importância da Inteligência Artificial no setor público

Microsoft Disrupt – Importância da Inteligência Artificial no setor público

O ritmo da inovação nos últimos anos foi sem precedentes. Num curtíssimo espaço de tempo, passámos da emergência da transição digital para um salto quântico no desenvolvimento e adoção de ferramentas tecnológicas inovadoras, como a Inteligência Artificial (IA).

 

A partir desta realidade, a questão que se coloca é: qual a capacidade dos diversos setores de atividade na adoção e implementação de novas soluções baseadas em IA?

Com o objetivo de democratizar todas as inovações em IA, ajudar pessoas e organizações a serem mais produtivas e apoiar o mercado português a entender melhor esta oportunidade, a Microsoft criou o DisruPT, um novo videocast executivo que contará com a participação de alguns líderes de empresas nacionais a atuar em diversos setores de atividade.

 

Este conjunto de conversas lideradas por Andrés Ortolá, Diretor Geral e Presidente da Microsoft Portugal terão como segundo convidado João Dias, Presidente do Conselho Diretivo da Agência para a Modernização Administrativa, que deu a conhecer a sua visão sobre a importância da IA e como esta já está a alterar aquele que será o futuro do setor público com destaque para:

 

Em 2024, com todo o potencial que a IA generativa pode trazer, e agora já tendo feito alguns pilotos, acho que vai ser o ano da escalabilidade da tecnologia e da sua aplicação em inúmeros use cases por toda a economia e sociedade. Todos nós sabemos que muitas das vezes o cidadão tem dificuldade na interação com o Estado. O Estado é uma máquina muito grande (…) e no fundo esta tecnologia permite ao cidadão, em linguagem natural, falar com como se de um humano se tratasse, 24 horas por dia, 7 dias por semana, colocando as dúvidas e obtendo uma resposta, que já provámos que pode ser precisa e confiável. Isto vai mudar completamente o panorama da qualidade do serviço e da interação entre o cidadão e o Estado

 

Enquanto Administração Pública Portuguesa, a AMA foi pioneira a lançar um guia para a IA responsável para precisamente dar guidelines a todo o setor público que queira utilizar a IA, sendo que nós seguimos as boas práticas desse guia no que toca à responsabilidade, ética, privacidade dos dados. Na AMA, temos a responsabilidade da gestão do atendimento ao cidadão, desde as lojas, o Espaço Cidadão, que é um atendimento mais físico, temos também toda a parte do Contact Center, com várias linhas de apoio ao cidadão, depois temos também o portal de serviços públicos, o eportugal, e vamos lançar a app do cidadão

 

Vemos a IA, o chatbot e o assistente virtual como a linha zero de atendimento ao cidadão. Tudo o que pudermos passar para a máquina, como interações de pouco valor acrescentado ou informacionais, é uma grande mais-valia e queremos apostar nisso para libertar o humano para as interações mais complexas ou de maior valor acrescentado

Se queremos atrair talento, que tenhamos tarefas nobres, desafiantes, estimulantes, cognitivamente e criativamente, para lhes atribuir. E por isso é tão importante ter a IA a fazer todo este trabalho que é o trabalho muitas vezes menos interessante, mais repetitivo, rotineiro, que não fazemos com agrado, mas como algo que tem de ser feito. Uma área onde vamos começar a trabalhar é nesse conceito de copilot. Muitas vezes, para um funcionário público, também é muito exigente o atendimento ao cidadão porque há matérias muito complexas ou diversificadas e ter a IA a ajudar se tiver uma dúvida com o que pode responder (…) é uma linha que vamos trabalhar e começar também com o piloto muito em breve

 

O tecido económico português é muito constituído por PMEs e muitas têm escassez de recursos humanos. Se aprenderem e conhecerem todo o potencial que estas tecnologias, e em particular a IA, lhes pode dar, conseguem dar saltos quânticos em termos de produtividade. Muito em breve, ainda não posso adiantar, vamos lançar o assistente virtual precisamente para falar uma série de línguas. Acho que muita gente, que hoje em dia tem ainda dificuldade, e em particular falo muito de imigrantes, na interação com o Estado, vão ver ali uma ferramenta que vai tornar a interação super ágil, fácil, conveniente e confiável. No que toca a Portugal, se conseguirmos, de forma com arte e engenho, retirar todo o potencial desta nova vaga tecnológica e sermos rápidos nisso, ao aproveitar ainda estes dois anos ou dois anos e meios, para usar bem este dinheiro, acho que o país pode dar um salto qualitativo bestial, em muitas áreas do Estado, da economia e da sociedade

 

Entre exemplos de diversas formas de implementar a IA e o impacto direto no seu dia-a-dia, uma certeza, estamos perante uma tecnologia que vem apoiar o lado humano e não substitui-lo.