Poupar reduz o impacto ambiental

Poupar reduz o impacto ambiental

Estudo da Intrum revela que os portugueses estão mais conscientes para temas da sustentabilidade. E isso reflete-se nas suas decisões de compra.

 

 

Sustentabilidade. Um termo que está cada vez mais intrínseco no léxico dos portugueses, de tal forma que já começa a influenciar comportamentos.

 

Os resultados obtidos por um estudo levado a cabo pela Intrum revelam que 68% dos portugueses não comprariam bens a empresas que soubessem ser responsáveis por prejudicar o meio ambiente; 69% afirmam comer mais sobras do que costumavam, em vez de comprar novos alimentos, para reduzir o seu impacto sobre o ambiente; 76% afirmam, cada vez mais, consertar e reciclar artigos velhos, em vez de comprar artigos novos; e 73% revelam não poder viver de forma tão sustentável como gostariam, uma vez que os produtos amigos do ambiente têm um custo muito elevado.

 

Estes números demonstram que a sustentabilidade começa a ser um dos fatores que os portugueses levam em conta aquando da sua tomada de decisão. E como tal, também é necessário que as empresas portuguesas valorizem a sustentabilidade nas suas estratégias de desenvolvimento de produto e de marketing, sendo que os valores portugueses são superiores aos da média europeia: 68% versus 52%.

 

Nos últimos anos, o mundo – e a Europa em especial – tem enfrentado diversos desastres climáticos. As inundações devastadoras na Alemanha, os incêndios florestais na Grécia ou a seca em Portugal são apenas alguns exemplos. Este estudo indica que, cada vez mais, os consumidores penalizam empresas sem preocupações ambientais.

 

Mas não é apenas na compra de determinado produto e/ou serviço que a preocupação de uma empresa pelo meio ambiente tem impacto. O estudo revela ainda que três em cada dez inquiridos (29%) afirmam que não se sentiriam culpados em pagar a uma empresa, mais tarde do que o acordado, se considerassem que a empresa não era ética. Em Portugal, a percentagem é mais elevada, registando 32%. Ou seja, a estabilidade financeira de uma empresa – ou mesmo a sua sobrevivência – pode ser posta em causa se os consumidores considerarem que esta tem comportamentos menos éticos e/ou sustentáveis. Primeiro, devido à dificuldade em vender os seus produtos e/ou serviços e depois na angariação do pagamento dos mesmos. Neste sentido, é extremamente indispensável a atenção redobrada das empresas, para questões éticas e ambientais, caso desejem manter a fidelidade dos clientes e proteger o seu fluxo de caixa. 

 

Existe ainda um outro fator que começa a ganhar a sua importância junto dos consumidores: o combate ao desperdício. 68% dos portugueses criticam o desperdício e afirmam que estão ativamente a comprar menos para reduzir o impacto ambiental -valor este superior à média europeia (57%).

 

Assim como, 69% afirma comer mais sobras do que era hábito, em vez de comprar novos alimentos, para reduzir, igualmente, o seu impacto sobre o ambiente.

 

Esta preocupação ultrapassa a área alimentar e insere-se também noutros setores, com 76% dos inquiridos a consertarem e reciclarem artigos velhos, em vez de comprarem artigos novos.

 

Apesar de toda a preocupação com a sustentabilidade, esta realidade não avança à velocidade que os consumidores gostariam. A explicação está no custo dos produtos amigos do ambiente, que ainda se mantém muito elevado.

Uma oportunidade para as empresas que tiverem visão a longo prazo, fazer as alterações necessárias nas suas estratégias de I&D, por forma a apresentarem ao mercado produtos mais sustentáveis e a preços acessíveis.