Koolboks: Usar a energia solar para dar refrigeração em África

Koolboks: Usar a energia solar para dar refrigeração em África

Imagina uma aldeia remota, algures em África, onde nem sequer há eletricidade. Agora imagina que consegues, mesmo sem eletricidade, ter um equipamento que preserva os alimentos durante dias. Parece mentira. Algo impossível. E era. Até aparecer a Koolboks, que inventou uma forma de usar a energia solar para armazenar energia sob a forma de gelo. O que permite que o frigorífico continue a trabalhar, mesmo na ausência de energia ou luz solar limitada, durante quatro a sete dias.

 

A ideia surgiu em 2020, pela mão de dois empreendedores: a francesa Deborah Gael e o nigeriano Ayoola Dominic. O objetivo era muito simples: proporcionar uma forma de refrigeração viável para zonas como a África Subsariana onde ainda hoje, revela a cofundadora da empresa, cerca de 100 milhões de pessoas não têm acesso a eletricidade. Por isso havia que apostar em algo realmente inovador e disruptivo.

 

Pensou-se na energia solar. Mas e quando não há sol? Foi então que se desenvolveu uma solução que permite armazenar a energia proporcionada pelo sol em gelo que permanece inalterado durante alguns dias, garantindo a segurança e viabilidade dos alimentos.

Tecnicamente a empresa disponibiliza uma arca que funciona em modo de refrigeração ou congelação, alimentada por painéis solares e baterias de lítio.

 

Tendo em conta a situação económico-financeira da população a empresa avançou com outra novidade. A solução funciona como uma espécie de leasing. As pessoas pagam uma mensalidade de acordo com a sua utilização e, no fim do contrato, ganham posse do equipamento.

 

Com isto a empresa espera dar mais autonomia à população, com especial ênfase à população feminina, dando-lhes novas ferramentas não só para combater a fome, mas, também, a possibilidade de conseguirem novas fontes de rendimento, através, por exemplo, da venda de refeições.

 

A empresa neste momento já opera em 18 países – a grande maioria localizada no continente africano, mas a ideia é, referiu Deborah Gae, expandir a presença da Koolboks para outras geografias, nomeadamente para a América Latina.

O facto de a empresa ter sido a grande vencedora do primeiro concurso de start-ups da Galp – o Programa Startup the Future – que lhe proporcionou um prémio no valor de 50 mil euros, vai ajudar na sua expansão. A Koolboks foi considerada como a mais inovadora – a par da sua vertente social – num lote de mais de 500 candidaturas, oriundas de 54 países.