IA: a solução para combater a incerteza da cadeia de abastecimento?

IA: a solução para combater a incerteza da cadeia de abastecimento?

Os últimos dois anos trouxeram uma pandemia, uma guerra na Europa e uma taxa de inflação a atingir os máximos históricos. Fatores que não só colocaram uma pressão extra sobre a cadeia de abastecimento como mostraram as fragilidades – e incertezas – da mesma.

 

Face a isto os responsáveis – diga-se os Chief Supply Chain Officers (CSCOs) e os Chief Operating Officers (COOs) tiveram de procurar soluções que garantam alguma certeza num mundo cada vez mais incerto.

 

Um estudo do IBM Institute for Business Value (IBV), “Own Your Transformation”, revela que a solução passa por um maior investimento na Inteligência Artificial (AI) e na Automação.

 

Ambas as tecnologias estão a ser utilizadas para facilitar e promover o provisionamento da interconetividade entre parceiros e fornecedores, permitindo desta forma, operações sustentáveis e respetiva previsibilidade. Na verdade, dos cerca de 1.500 inquiridos deste estudo, aproximadamente metade, revelou ter introduzido novas tecnologias de automação nos últimos dois anos – uma abordagem que pode adicionar previsibilidade, flexibilidade e inteligência às operações da cadeia de abastecimento – e estar a usar IA para ajudar a monitorizar e rastrear o desempenho.

 

Avançar com investimentos na área das novas tecnologias é cada vez mais relevante para as empresas, dado que a convicção geral é a de que nos próximos dois a três anos as questões relacionadas com ruturas da cadeia de abastecimento, infraestruturas tecnológicas, sustentabilidade, e mudanças de mercado são os maiores desafios dos CSCOs e dos COOs.

 

Das várias tecnologias existentes – AI, nuvem híbrida, IoT, processo e tarefa de mineração e analíticas preditivas avançadas, a preferência recai sobre a inteligência artificial.

Os dados do estudo revelam que há executivos a apostar em tecnologia transformacional. Para tal apostam numa abordagem baseada em dados que enfatizam quatro áreas tecnológicas. São elas a nuvem híbrida, workflows baseados em AI, sustentabilidade e cibersegurança.

 

O estudo aponta ainda a existência de um grupo denominado de “Os Inovadores” – basicamente os executivos que se distinguem por acelerar a inovação liderada por dados para se prepararem para um futuro precário. Um grupo que é constituído por 20% dos inquiridos e que já está a superar os seus pares em métricas-chave, incluindo o registo de um crescimento anual de receitas 11% superior ao dos seus pares. No entanto, é um grupo que tem outros fatores de diferenciação (e que devem ser tidos em conta se se quer avança no mundo da AI e da sustentabilidade):

 

  • Estão a integrar fluxos de trabalho automatizados em funções organizacionais e com os seus parceiros para terem visibilidade e insights e agirem em tempo real (mais 95% do que outros CSCOs).
  • Estão a modernizar a sua infraestrutura tecnológica – 56% estão atualmente a operar em cloud híbrida e 60% estão a investir em infraestruturas digitais para escalar e entregar valor.
  • Estão a alargar as suas iniciativas de sustentabilidade, criando produtos e serviços. 58% veem oportunidades para melhorar o envolvimento do cliente em relação aos imperativos de sustentabilidade
  • E, dizem que têm um foco mais profundo na cibersegurança (quase 20% mais do que outros CSCOs).

 

Para onde vai o futuro:

 

Automação

  • Acelerar a automatização em fluxos de trabalho alargados
  • Usar a IA para tornar os fluxos de trabalho mais inteligentes
  • Cultivar ecossistemas colaborativos

Sustentabilidade

  • Associar iniciativas ambientais e sociais com soluções empresariais
  • Otimizar os fluxos de trabalho com IA para gerir o carbono, o desperdício, a energia e o consumo de água
  • Competir com novos produtos e serviços sustentáveis

Modernização

  • Arquiteturas de infraestruturas modernas
  • Escalar plataformas de nuvens híbridas
  • Aumentar a consciência das vulnerabilidades e soluções de cibersegurança.