Hábitos (pouco) saudáveis dos portugueses

Hábitos (pouco) saudáveis dos portugueses

Embora a maioria dos portugueses digam que querem adotar hábitos saudáveis, na prática poucos efetivamente o concretizam. A prova está nos dados obtidos por um estudo levado a cabo pela app Fixando que, de 13 a 17 de junho, contactou 820 cidadãos. Apesar de 85% afirmar ter hábitos de vida saudáveis, apenas 57% revela fazer (algum) exercício físico todas as semanas.

 

Já no que concerne à atividade física, a mais praticada são as caminhadas que ganham a preferência (44%), seguidas pelo ginásio (28%), depois pela corrida (17%) e por fim, os desportos ao ar livre são os que têm menor adesão (10%).

Estes valores indicam que ainda há um longo caminho a percorrer e que as empresas que atuam nesta área – seja de artigos de desporto ou locais onde praticar desporto – têm de perceber como “sensibilizar” o consumidor que para uma vida saudável é essencial ter a atividade física na sua rotina.

 

Apesar de tudo, e segundo os dados recolhidos pela aplicação, há alguma esperança, dado que a procura por aulas de desporto disparou 131% nos primeiros 5 meses deste ano, face ao mesmo período de 2021, e as aulas de dança subiram 101% no mesmo período. A avaliação que Alice Nunes, Diretora de Novos Negócios da Fixando faz é simples: “há cada vez mais pessoas a procurar soluções personalizadas e atividades alternativas para a prática de exercício físico. Com o regresso à normalidade, há uma maior vontade em participar em atividades de grupo, em aulas ao ar livre e explorar hobbies. Existe uma clara vontade de sair de casa”.

 

A preocupação com um estilo de vida mais saudável existe e está em ascendência – embora, conforme o estudo, ainda não se verifique, especificamente, na prática de exercício físico. No entanto, paralelamente, este facto traduz-se em novos comportamentos de compra do consumidor, dados comprovados pela Nielsen.

A cesta de compras já está a conter outro tipo de produtos, existe uma maior procura por produtos considerados mais saudáveis ou com características que lhes trazem maiores benefícios para a saúde.  Segundo os dados da Nielsen os produtos saudáveis mais adquiridos, são: o iogurte (81%), o feijão (71%), a couve-de-folhas (64%), o salmão (64%) e o chá, essencialmente preto, verde e hibiscus (55%).

 

Assim como existem produtos que começam a ser procurados porque o consumidor acredita que são uma opção saudável e que trazem benefícios para a saúde, é o caso, por exemplo, das sementes de chia, do gengibre e das bagas de goji. E esta é uma nova tendência – a aposta na alimentação como forma de prevenção a potenciais problemas de saúde.

 

A prova está em que, segundo o estudo da Nielsen, 72% dos consumidores portugueses (contra apenas 45% dos europeus) acreditam na eficácia dos “superalimentos” na prevenção ou tratamento de algumas doenças e 66% gostaria de obter mais informação relativamente a estes produtos, de forma a incluí-los na sua roda alimentar. Para além de quase metade dos inquiridos admitem mesmo que os “superalimentos” podem substituir algumas prescrições médicas.

 

Sobre estes dados, Ana Paula Barbosa, Retailer Services Director na Nielsen, reflete “os consumidores portugueses estão, de facto, muito disponíveis para comprar produtos saudáveis e para pagar mais por eles quando se apercebem do seu real benefício. É importante que também a oferta acompanhe esta tendência, sendo uma oportunidade a considerar”.

Mas nem tudo é positivo, em contrapartida, os inquiridos revelam que nem sempre é fácil encontrar este tipo de produtos nas lojas perto da sua área de residência.

 

A forma mais fácil de adotar hábitos saudáveis passa pela redução do açúcar. O estudo aponta ainda que, o tipo de adoçante utilizado pode, de facto, influenciar a decisão de compra tanto de alimentos como de bebidas e os consumidores assumem claramente que o açúcar natural dos ingredientes é mais saudável do que o adicionado ao produto.

 

Para perceberem se um produto é realmente saudável, os consumidores portugueses recorrem especialmente aos rótulos com informação nutricional (54%), às mensagens existentes na embalagem (45%), aos profissionais de saúde (43%) e aos websites da área da saúde (40%).