Quase metade dos portugueses considera o combate à corrupção uma prioridade

Quase metade dos portugueses considera o combate à corrupção uma prioridade

Num momento em que a área política enfrenta desafios significativos, um novo estudo, realizado pela “Product of the Year Portugal”, expõe um retrato das preocupações da sociedade e quais os caminhos para uma gestão mais eficiente e transparente.

 

Os resultados apontam para uma perceção predominantemente negativa em relação à atual gestão política em Portugal: 41% dos inquiridos classificam-na como negativa e 13% como muito negativa, sendo que apenas 4% a considera muito positiva e 20% como positiva.

 

A estabilidade política também é motivo de preocupação para os portugueses. 62% vê a sucessão de eleições como reflexo de uma falta de estratégia e de compromisso governativo. Ainda assim, 32% entende que, embora preocupante, trata-se de um reflexo natural da democracia.

 

De acordo com um comunicado enviado às redações, os participantes identificaram diversos problemas na política portuguesa, destacando-se a corrupção (23%) e a falta de transparência (23%), ambos vistos como obstáculos centrais ao bom funcionamento do sistema político.

 

O reforço da transparência e o combate à corrupção (42%) são prioridades essenciais para o futuro do país. 67% dos inquiridos apoia a implementação de um limite de anos para cargos públicos, visando evitar a formação de políticos de carreira.

 

A instabilidade governativa foi também apontada por 19% dos inquiridos, seguida da desconexão entre políticos e cidadãos com 17%. Outros problemas referidos incluem a falta de diversidade nas lideranças políticas (9%) e a falta de inovação e modernização (8%).

 

Além disso, a maioria dos participantes, 60%, defende que a gestão política deve seguir modelos mais eficientes, semelhantes aos utilizados no setor empresarial. Outros 36% concorda com a aproximação ao modelo empresarial, mas sublinham a necessidade de adaptações que respeitem as especificidades da governação pública.

 

Para 39% dos inquiridos, muitos políticos chegam ao poder sem experiência relevante, e 19% aponta uma desconexão entre os políticos e a realidade do país. Apenas 12% afirma que os políticos portugueses têm, na sua maioria, formação e experiência adequadas para governar.

 

De acordo com os participantes, a maioria dos políticos portugueses está mais preocupada com interesses partidários imediatos do que com o futuro do país. Para 39%, os políticos preocupam-se essencialmente com os seus partidos, enquanto 30% acredita que estão sobretudo focados em interesses pessoais. Por outro lado, 26% reconhece um esforço dos políticos em equilibrar os interesses nacionais com os interesses partidários.

 

Quanto à preparação de Portugal para enfrentar os desafios futuros, a maioria dos participantes considera que as políticas atuais apenas preparam parcialmente Portugal para os desafios futuros que enfrenta, apontando a falta de investimento estratégico como principal obstáculo (47%). Para 29%, o país está demasiado focado no curto prazo, enquanto 19% acredita que Portugal está a perder competitividade.

 

“Temos uma sociedade crítica, preocupada com a eficiência governativa e a falta de transparência existente, com demasiados casos pessoais a terem palco e a ofuscarem as verdadeiras prioridades como são a saúde e educação. Neste inquérito, os portugueses reforçam a necessidade de reformas estruturais para um futuro mais estável e inovador do país. Sem inovação, não há mudança”, afirmou José Borralho, CEO da empresa Produto do Ano.

 

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