“Os consumidores valorizam a transparência e a honestidade das marcas” – José Borralho, CEO do Produto do Ano

“Os consumidores valorizam a transparência e a honestidade das marcas” – José Borralho, CEO do Produto do Ano

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“Portugal tem uma crescente comunidade de start-ups e empresas de tecnologia que têm lançado produtos inovadores em áreas como inteligência artificial, realidade virtual, fintech, entre outros”, destaca José Borralho, CEO do Produto do Ano.

 

“Ajudar os produtos a vencer” é o desígnio que o Produto do Ano assumiu desde a sua criação há 20 anos, explica José Borralho que está ligado ao projeto desde a primeira hora, um projeto que se destaca por ser “um prémio de reconhecimento da inovação e qualidade dos produtos, escolhidos pelos consumidores através de votação”.

 

O CEO fala sobre a importância da inovação do próprio Produto do Ano e de “implementar uma estratégia que promova a evolução e que esteja alinhada com as tendências e necessidades do mercado”. Por isso, hoje o projeto tem no portefólio empresas de pequena dimensão como start-ups e planeia lançar “novas oportunidades a estes setores e também envolver técnicas de avaliação que vão ao encontro das necessidades de informação das empresas”.

 

Reconhece que as marcas continuam a investir em inovação para criar produtos e serviços que vão ao encontro das necessidades e expetativas dos consumidores portugueses e, também por isso, “o Produto do Ano desempenha um papel significativo na dinamização da economia ao promover a inovação, estimular a concorrência saudável e impulsionar o sucesso das empresas através do reconhecimento, credibilidade, marketing e feedback do consumidor”. Para José Borralho, “este prémio pode ser um catalisador importante para o crescimento e desenvolvimento das empresas, ajudando-as a destacarem-se no mercado e a alcançar o sucesso”.

 

Que balanço faz destes 20 anos do Produto do Ano?


É felizmente um balanço extremamente positivo. São duas décadas que podemos dividir em vários momentos. Estive na origem do lançamento em Portugal, sendo o terceiro país a receber o Produto do Ano, depois de França e Espanha, e hoje estamos em 45 países, um fenómeno global. O Produto do Ano foi imediatamente acarinhado pelas marcas que viram em si um instrumento diferenciador no ponto de venda e assim o adotaram.

 

Há uns anos, o dono internacional da marca sentiu a necessidade de mudar a gestão em Portugal e escolheu-me para voltar a pegar na mesma. Conseguimos recuperar toda a sua credibilidade. 20 anos depois, o Produto do Ano não é mais um prémio apenas para as FMCG, já abrange muitos setores, incluindo o financeiro. Muitas marcas viram os seus produtos ter sucesso por força do contributo do Produto do Ano, ao mostrar o seu carácter inovador e ao provar que foram inovações pertinentes no mercado. Esse é o desígnio do Produto do Ano e continuará a ser: ajudar os produtos a vencer!

“(…) o Produto do Ano em Portugal tem contribuído para promover a inovação e a excelência na indústria (…)”.

Portugal foi o terceiro país a receber o Produto do Ano e hoje estão em 45 países. O que tem sido mais diferenciador no mercado português?


O Produto do Ano em Portugal destaca-se no mercado por ser um prémio de reconhecimento da inovação e qualidade dos produtos, escolhidos pelos consumidores através de votação. Este selo de qualidade proporciona aos produtos vencedores uma vantagem competitiva, ajudando a aumentar a confiança dos consumidores e a impulsionar as vendas. Além disso, o Produto do Ano em Portugal tem contribuído para promover a inovação e a excelência na indústria, incentivando as empresas a melhorar constantemente os seus produtos e a adaptar-se às necessidades dos consumidores.

 

Ao longo dos anos, quais têm sido os setores de mercado mais dinâmicos na conquista de clientes e no lançamento de produtos inovadores?


Ao longo dos anos, em Portugal, tem havido uma dinâmica significativa em diversos setores no lançamento de produtos inovadores. Alguns dos setores que se destacam pela sua dinâmica e inovação incluem a tecnologia e eletrónica de consumo, smartphones, dispositivos inteligentes para casa, entre outros; o setor da alimentação e bebidas, com o lançamento de produtos inovadores e saudáveis para atender às crescentes preocupações dos consumidores com a saúde e o meio ambiente; o setor da saúde e bem-estar, com suplementos alimentares, produtos de beleza, equipamentos de fitness, entre outros. E, por fim, no setor de sustentabilidade que investiu em produtos ecológicos, recicláveis e sustentáveis para atrair consumidores preocupados com o meio ambiente. A tendência é que a inovação e a procura por soluções sustentáveis continuem a impulsionar o mercado nos próximos anos.

“Tem havido igualmente uma aposta grande na proximidade, com utilização das redes sociais e outras plataformas digitais para se envolverem com os consumidores(…)”.

Que diferenças têm sentido na forma como as marcas abordam o consumidor, cada vez mais informado e exigente?


Nos últimos anos, as marcas têm sentido necessidade de adaptar as suas estratégias perante um consumidor, que está cada vez mais informado e exigente. Temos sentido que há um maior foco em cinco grandes aspetos: a personalização, com investimento na utilização de dados e tecnologia para oferecer experiências mais relevantes e personalizadas aos consumidores. Maior comunicação de transparência: os consumidores valorizam a transparência e a honestidade das marcas, por isso, estas passaram a ser mais transparentes em relação aos seus produtos, práticas de negócio e impacto social e ambiental.

 

Tem havido igualmente uma aposta grande na proximidade, com utilização das redes sociais e outras plataformas digitais para se envolverem com os consumidores, responder às suas questões e feedback, e criar uma relação mais próxima e autêntica.

 

Depois temos aspetos como a sustentabilidade e a responsabilidade social, adotando práticas mais adequadas. Por último, mas não menos importante, temos a inovação e experiência do cliente. As marcas continuam a investir em inovação para criar produtos e serviços que vão ao encontro das necessidades e expetativas dos consumidores portugueses. Além disso, têm dado ênfase à experiência do cliente, proporcionando um atendimento de qualidade e uma jornada de compra positiva.

“Portugal tem uma crescente comunidade de start-ups e empresas de tecnologia que têm lançado produtos inovadores em áreas como inteligência artificial, realidade virtual, fintech (…)”.

As empresas portuguesas têm sabido trazer produtos inovadores para o mercado?


Sim, as empresas portuguesas têm demonstrado capacidade de trazer produtos inovadores para o mercado, em diferentes setores de atividade. Nos últimos anos, tem havido um aumento significativo no número de empresas portuguesas que investem em inovação e desenvolvem produtos diferenciados e competitivos.

 

Portugal tem uma crescente comunidade de start-ups e empresas de tecnologia que têm lançado produtos inovadores em áreas como inteligência artificial, realidade virtual, fintech, entre outros. O setor alimentar tem sido marcado por empresas que apostam em produtos inovadores, com ingredientes locais e sustentáveis, respondendo às tendências de alimentação saudável e consciente. Na moda e design, as marcas portuguesas têm-se destacado pela criatividade e inovação, lançando coleções e produtos únicos que conquistam não só o mercado nacional, mas também o internacional.
Estes são alguns exemplos de setores em que as empresas portuguesas têm-se destacado pela inovação e que provam o dinamismo e a capacidade inovadora das empresas portuguesas.

 

Os portugueses já valorizam mais as marcas/empresas nacionais ou as preferências ainda vão para as globais?


Atualmente, observa-se uma tendência crescente de valorização das marcas e empresas nacionais por parte dos consumidores portugueses. Este movimento está relacionado com vários fatores, tais como a valorização da produção local, a preferência por produtos de qualidade e a identificação com marcas que refletem a cultura e os valores nacionais.

 

No entanto, as marcas globais ainda têm uma presença significativa no mercado português e continuam a ser preferidas em certas categorias de produtos, especialmente em setores como tecnologia, moda e cosméticos. As marcas globais muitas vezes são associadas à inovação, qualidade e prestígio, o que atrai os consumidores que procuram por esses atributos.

 

É importante salientar que a valorização das marcas nacionais e globais não é necessariamente excludente, e muitos consumidores portugueses optam por um mix de marcas locais e internacionais, dependendo do produto e das suas preferências individuais. Em resumo, enquanto as marcas nacionais estão a ganhar destaque e reconhecimento, as marcas globais ainda mantêm uma posição relevante no mercado português.

“Este prémio pode ser um catalisador importante para o crescimento e desenvolvimento das empresas (…)”.

Atualmente, qual o papel de uma iniciativa como a vossa na dinamização da economia ou no eventual sucesso de uma empresa?


O Produto do Ano desempenha um papel importante na dinamização da economia e no eventual sucesso, começando com o seu próprio princípio de reconhecimento da inovação, destacando produtos inovadores, ajudando a promover a inovação e a criatividade nas empresas. Este reconhecimento pode impulsionar a reputação da empresa e do produto, aumentando a sua visibilidade e atratividade para os consumidores.

 

Receber o “Produto do Ano” confere credibilidade às empresas e aos produtos, transmitindo confiança aos consumidores em relação à qualidade e inovação do produto. Esta validação externa pode influenciar positivamente a perceção dos consumidores e contribuir para o sucesso comercial do produto.

 

Este projeto pode ser utilizado como uma ferramenta de marketing poderosa para promover o produto e diferenciar a marca da concorrência, ajudando a atrair a atenção dos consumidores e a impulsionar as vendas. Além disso, o processo de eleição do “Produto do Ano” envolve a participação dos consumidores, que avaliam e escolhem os produtos vencedores. Este feedback direto dos consumidores pode ser valioso para as empresas, permitindo-lhes compreender as preferências e necessidades do mercado, e adaptar a sua estratégia de produto.

 

Por tudo isto, o Produto do Ano desempenha um papel significativo na dinamização da economia ao promover a inovação, estimular a concorrência saudável e impulsionar o sucesso das empresas através do reconhecimento, credibilidade, marketing e feedback do consumidor. Este prémio pode ser um catalisador importante para o crescimento e desenvolvimento das empresas, ajudando-as a destacarem-se no mercado e a alcançar o sucesso.

 

Qual a estratégia da empresa para manter este projeto atual, inovador e adaptado a nova realidade, cada vez mais tecnológica?


Nós próprios, como entidade que reconhece e promove a inovação, temos que inovar, logo é importante implementar uma estratégia que promova a evolução e que esteja alinhada com as tendências e necessidades do mercado. Isso passa por um acompanhamento das tendências do mercado, seja ao nível da inovação tecnológica, seja na mudança das preferências dos consumidores. Igualmente importante será o recurso a parcerias estratégicas que possam trazer novas perspetivas, conhecimento especializado e acesso a soluções inovadoras que podem enriquecer o prémio.

 

O que podemos esperar do projeto Produto do Ano no futuro?


O futuro do Produto do Ano passará, essencialmente, pela sua capacidade de abranger novos setores. Há 20 anos era impensável ter no portefólio de clientes, empresas de pequena dimensão e, hoje, isso é uma realidade com a oportunidade dada a start-ups. Por isso, vamos lançar novas oportunidades a estes setores e também envolver técnicas de avaliação que vão ao encontro das necessidades de informação das empresas.

 

Respostas rápidas :


Maior risco:  investir sem um plano realista e conhecimento do mercado. O benchmarking é importante.


Maior erro: Não há erros. No momento em que há uma decisão, ela parece a melhor, logo não há um erro, há uma aprendizagem.


Maior lição: Reconhecer que o tempo trata de colocar tudo no seu lugar. Escolher os sócios certos.


Maior conquista: Todos os dias o respeito e confiança de colaboradores, clientes e parceiros.

 

José Borralho

CEO

Product of the Year Portugal