Quem financia a inovação?

Quem financia a inovação?

A inovação é um dos principais motores do desenvolvimento económico e social de um país. Em Portugal, a inovação tem sido incentivada por diversos agentes, como empresas, universidades, centros de pesquisa e o próprio governo. No entanto, a questão de quem paga pela inovação ainda é um tema controverso e que gera muitas discussões.

 

De um lado, temos as empresas, que são as principais responsáveis por investir em investigação e desenvolvimento (I&D) e por trazer novas tecnologias e produtos para o mercado. As empresas investem em inovação para se manterem competitivas e para atender àquilo que os consumidores procuram. No entanto, muitas vezes esses investimentos são de alto risco e podem levar anos para gerar retorno financeiro.

 

Por outro lado, temos o governo, que tem um papel importante na promoção da inovação através de políticas públicas e incentivos fiscais. O governo pode investir em I&D por meio de fundos públicos e programas de financiamento, além de criar um ambiente regulatório favorável à inovação. No entanto, o governo também enfrenta limitações orçamentais e precisa de equilibrar os investimentos em inovação com outras exigências sociais.

 

Temos ainda as universidades e os centros de pesquisa, que são responsáveis por gerar conhecimento e tecnologia através de pesquisas científicas e tecnológicas. Estas instituições podem receber financiamento público e privado para realizar as suas pesquisas, mas também precisam de equilibrar as suas atividades de pesquisa com outros compromissos, como o ensino e a extensão universitária.

 

É importante que haja uma colaboração entre todos os agentes para que a inovação possa ser promovida de forma eficiente e sustentável. E os responsáveis de inovação deverão pensar de forma inteligente sobre os recursos, implementar a tecnologia de forma eficaz e fazer uso de todo o financiamento disponível se quiserem que o futuro seja próspero.

 

O panorama da inovação

 

Embora a inflação vertiginosa e uma combinação de turbulência política doméstica e internacional criem um cenário perturbador, o financiamento da Inovação continua a ser uma prioridade clara para as empresas.

 

No meio da crescente incerteza económica, as empresas devem manter níveis de Inovação estáveis e sustentáveis. Mas, para isso, necessitam de encontrar o financiamento adequado.

 

Segundo o relatório de 2023 do Barómetro Internacional da Inovação, a maior parte da inovação continua a ser autofinanciada, mas os incentivos fiscais aumentaram 2%, reforçando a sua liderança face aos incentivos financeiros, que caíram 8% nacionalmente e 3% internacionalmente.

 

O financiamento privado teve um renascimento via dívida/capital e crowdfunding. E o número de empresas com orçamento definido para I&D aumentou.

 

Apesar do cenário económico cada vez mais sombrio, 62% das empresas esperam que os orçamentos de I&D aumentem, com 21% a preverem que o aumento seja significativo.

 

As mudanças tecnológicas continuam a ser a influência mais positiva nos orçamentos de I&D, pois os benefícios da tecnologia continuam a melhorar os resultados, enquanto a inflação deverá ter o impacto mais negativo.

 

Com novos fatores a entrar em jogo para deteriorar a confiança recentemente recuperada, as empresas têm pela frente períodos desafiantes no que diz respeito à procura de soluções. Uma coisa permanece clara, no entanto, à medida que a incerteza económica e política se aproxima: as empresas permanecem positivas, assim como a sua intenção de inovar. Não sem deixarem de apelar a que o governo use a maior variedade de estímulos possível, com uma combinação de incentivos fiscais, financeiros, créditos e outras iniciativas.

 

E os fundos europeus de apoio à investigação e inovação, distribuídos entre o Horizonte 2020 e o Portugal 2020, têm tido um papel importante nesta evolução. São em alguns casos o primeiro contacto das empresas com I&D, que mais tarde tem sequência em novos projetos. Têm sido uma ponte de ligação às universidades e centros de investigação, no tão necessário acerto de agulhas entre capacidade de I&D e necessidades concretas de inovação do mercado, de que se fala há muito.