Quais os limites do metaverso?

Quais os limites do metaverso?

A evolução tecnológica já mostrou que veio para ficar, mas como lidar com ela sem esquecer as prioridades vitais do ser humano?

 

O progresso tecnológico traz-nos diversos benefícios, como por exemplo as aplicações que nos ajudam com delivery, mobilidade, orientação de navegação, aulas online, home office, diversão, a inteligência artificial que facilita a nossa vida pessoal e profissional, aluguer de um carro, casa ou ainda a procura de um hotel, entre muitas e variadíssimas outras.

 

As transformações digitais – e não foram poucas – ocasionaram mudanças comportamentais na humanidade. Desde a globalização que essas facilidades nos aproximaram de muitas novidades no mundo inteiro, porém também distanciaram tudo isso de uma grande fatia da sociedade que não tem acesso a essas inovações. 

 

Já seremos “metagente”?

 

As pessoas começaram a sentir-se frágeis por não saberem ao certo onde o futuro nos leva, e isso causa ansiedade nas tomadas de decisão devido à incompreensão das mudanças. Sem esquecer que o mundo todo passou por uma pandemia que afetou psicologicamente as pessoas e contribuiu para decisões equivocadas.

 

O metaverso, um espaço virtual criado para uma comunicação entre avatares, num ambiente onde pessoas comuns podem compartilhar coisas, momentos, sentimentos e sensações à distância, utilizando a realidade virtual e aumentada, vem ganhando espaço e importância. Vivemos num tempo de transformações e o metaverso é, talvez, a mudança mais radical, mas onde queremos chegar com essa realidade? Onde ficam as fronteiras que não devem ser ultrapassadas? Como defini-las e pô-las em prática? Como diagnosticar e ajudar quem precisa?

 

Somos todos humanos

 

Uma outra linha de pensamento distinta daquela que pensa em tecnologia 100%, formada por especialistas em neurociência, entre outros profissionais, foca-se na importância da humanização na sociedade e na forma de ajudar as pessoas a manterem-se conectadas com elas mesmas de maneira saudável e a procurarem conexões com outras pessoas de forma presencial e intencional ao invés de utilizarem somente redes sociais e apps de relacionamento que, no fundo, podem ter um efeito polarizador, aumentando a solidão.

 

Um estudo recente da Ordem dos Psicólogos Portugueses cifra num aumento de 65% as situações de stress, ansiedade, depressão e burnout dos trabalhadores portugueses face ao ano de 2020, nomeadamente motivadas pelos acontecimentos recentes, como a pandemia, o isolamento social e a crescente instabilidade socioeconómica.

 

 A humanização seria uma possível cura para os problemas da mente que acabaria por se refletir no físico. Porém, a rapidez no mundo dos negócios fez que as pessoas começassem a pensar somente em trabalho e facilitação, o que distanciou a sociedade da empatia, do respeito, da atenção, do acolhimento, das boas conversas, do cara a cara e do contacto físico.

 

Quando falamos em equilíbrio entre tecnologia e humanização, falamos de qualidade de vida, e isso é o que importa para que nos tornemos saudáveis como pessoas e profissionais.