Caseiro, o novo adjetivo da inovação

E se recuar aos tempos das nossas avós for uma forma de inovar? 

Antes de todas as tecnologias que hoje damos por garantidas também havia vida. E hoje começamos a ver surgir no mercado cada vez mais soluções de “antigamente”.

As palavras de ordem do século XXI – natural, biológico, ecológico, sustentável… – podiam resumir-se numa só: “caseiro”.

Caseiros mas não primitivos

Os novos negócios caseiros têm prosperado a olhos vistos. E não deixando de pôr as tecnologias ao seu serviço.

Uma busca rápida na internet devolve-nos centenas senão milhares de resultados de e-commerce dedicado a produtos caseiros e artesanais. Em todas as plataformas encontramos negócios que se anunciam 100% caseiros. E se a grande maioria é destinada ao setor alimentar, não faltam os produtos de higiene, limpeza e cosmética, de saúde e bem-estar, os artigos de vestuário e para o lar, indo até onde a imaginação dos novos empreendedores os levar. Dos mais simples salgadinhos confeccionados pela mãe de família aos mais sofisticados ofícios como a joalharia.

Os resultados dessas projeções dizem-nos que a necessidade de fatores “digitais” e “humanos” está a impulsionar o crescimento das profissões do futuro. Por um lado, refletem a adoção de novas tecnologias, dando origem a uma maior procura de empregos na economia ecológica, na economia de dados e na inteligência artificial (IA), bem como novos cargos na engenharia, no cloud computing e no desenvolvimento de produtos.

Por outro lado, as profissões emergentes também refletem a importância contínua da interação humana na nova economia, dando origem a uma maior necessidade de empregos em marketing, vendas e conteúdos, bem como na cultura.

E a isto pode chamar-se inovação

Faça você mesmo, em casa, e venda para todo o mundo. Podia ser a legenda de um tutorial para aprender a fazer um qualquer produto caseiro. Estes vídeos  têm milhões de visualizações. Porque também aqui houve quem soubesse surfar esta nova onda do que é caseiro é que é bom e lançasse mão das suas aptidões para as dar a conhecer de forma estratosférica. E lucrar com isso, claro. Mais um ponto no quadro de apostas da inovação.

 

Mas saindo de trás do computador e indo para a rua encontramos paradoxalmente o cenário mais genuíno e primordial dos produtos caseiros. Os mercadinhos e as feiras doutros tempos vieram novamente para ficar e não há cidade, vila ou aldeia que não se tenha rendido a eles. E cada vez são mais os consumidores que os procuram. Porque os produtos têm a garantia de ser caseiros, porque geralmente são de origem certificada e de produtores locais e porque… quem compra também quer ser inovador.