AgentifAI construiu uma assistente para acabar com os problemas no apoio ao cliente. Com base em inteligência artificial e num sistema de linguagem natural, a Alice interage com o consumidor ao telefone ou por escrito como se fosse uma pessoa e não um robô. A solução vai mais longe e permite enviar dinheiro ou pagar contas apenas a falar com a assistente no telemóvel.
Banca e saúde são as áreas de atuação dos clientes da startup de Braga, que tem na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e na AdvanceCare os principais clientes em território português.
“Pela primeira vez, é a tecnologia a adaptar-se às pessoas e não o contrário. Tentamos resolver os problemas do apoio ao cliente e com as interações remotas das marcas, que são operações de grande pressão e que podem proporcionar uma má experiência”, explica ao Dinheiro Vivo o cofundador e líder da AgentifAI, Rui Lopes.
A solução já existe no mercado há vários meses: na aplicação móvel da CGD, a assistente virtual “Caixa” entra em ação sempre que o utilizador carrega no botão central. Por escrito ou por voz, é possível, por exemplo, ativar imediatamente novos cartões e consultar operações bancárias sem ter de perder tempo à procura da opção.
A Alice também “funciona como uma espécie de filtro”, segundo Rui Lopes. A maioria dos pedidos é respondida de forma automática; o que não for possível responder – devido à complexidade – passa para o atendimento por humanos. No final, o mais importante “é que o cliente tenha uma boa experiência”.
Na área da saúde, a solução da AgentifAI permite fazer a gestão das marcações, cancelamentos, pedidos de informação sobre acordos com seguradoras, localização e preço.
Mesmo numa chamada, o sistema consegue converter a voz em texto, que depois poderá ser utilizado para a assistente manual não ter de repetir perguntas quando estiver ao telefone com os clientes.
Como a Alice funciona em português, inglês e espanhol, o mercado da América Latina tem estado na mira do crescimento.
A AgentifAI foi registada em outubro de 2016, tendo funcionado desde sempre a partir de Braga.
Rui Lopes lidera uma equipa que conta atualmente com 17 pessoas e que passou alguns anos a desenvolver o produto praticamente sem dar nas vistas, tendo apenas recebido 1,1 milhão de euros de investimento, em fase seed (semente).
“Nos primeiros anos, trabalhámos sobretudo com pequenas clínicas. Estamos na fase de transição para grandes clientes; quanto mais utilizadores tivermos, maior o valor que poderemos proporcionar”.
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