Fachadas dos edifícios que produzem energia

Fachadas dos edifícios que produzem energia

Numa fase em que o preço da energia não pára de aumentar, começam a surgir novas e inovadoras formas de criar energia para além das tradicionais. E se antes havia a possibilidade de, nalguns edifícios, colocar painéis fotovoltaicos nos telhados – principalmente em grandes superfícies comerciais – nada melhor do que o próprio edifício ser ele gerador de energia. Isso é (agora) possível através do recurso a fachadas com painéis fotovoltaicos integrados.

 

A definição oficial dos Sistemas Fotovoltaicos Integrados ou Building Integrated PhotoVoltaics (BIPV) diz que se trata de células solares ou placas, que estão integradas na construção de elementos ou materiais como parte da estrutura do edifício. De uma forma simplista, significa que substituem um elemento de construção convencional, em vez de se ligarem a um.

 

A grande vantagem é que não só geram eletricidade, como podem adicionar funcionalidades extra ao edifício, normalmente, servindo de proteção contra os raios do sol, isolamento térmico, proteção contra a chuva, sombreamento parcial de áreas, substituição de telhas, etc. Isto significa que o edifício não só pode ser “abastecido” com a energia criada pela fachada como, quando integrado com outros elementos, como claraboias ou janelas semitransparentes, pode ajudar a manter uma temperatura equilibrada dentro do edifício, o que permite poupar energia, quer ao nível do arrefecimento ou do aquecimento.

 

É certo que o investimento inicial ainda é elevado. Afinal é uma técnica embrionária. Mas as vantagens são substanciais e evidentes. Não só em termos de poupança de energia – os estudos apontam para poupanças na ordem dos 75% – mas também em termos de valorização do edifício.

 

Em Portugal, esta é uma técnica que ainda está a dar os primeiros passos, mas já existem empresas a disponibilizar esta opção. O que pode ser um aliado precioso no combate à pobreza energética do edificado, uma das metas da Comissão Europeia no que concerne à sustentabilidade.

 

Aliás, esta é uma técnica que já começa a ser testada noutras áreas para além da construção. No ramo automóvel, por exemplo, já estão a desenvolver projetos para integrar a energia fotovoltaica flexível nos carros elétricos. Os resultados obtidos dos testes já realizados, até agora indicam um aumento de 30% de energia. A empresa responsável – SolFlex – utiliza painéis flexíveis, com um raio de curvatura de cerca de 15 graus que, segundo ela, permite que seja aplicado a qualquer superfície do veículo elétrico. A SolFlex afirma ainda que os ditos painéis têm apenas 2,9mm de espessura – ou seja, são 70% mais finos que os painéis solares tradicionais – e que garantem uma eficiência energética de 22%.

No entanto, ainda não é certo se esta tecnologia vai (ou não) ser incorporada de forma maciça no setor automóvel.

 

Vantagens dos painéis solares integrados:

 

  • Produção e armazenamento de energia limpa após a construção do edifício
  • Maior sustentabilidade
  • Uso de materiais de construção com retorno sobre investimento
  • Permite uma maior qualidade de vida às pessoas
  • Permite uma maior poupança nas faturas de eletricidade